Como reconhecer Oraçoes Subordinadas Substantivas

Dúvidas / Discussões gerais sobre a Língua Portuguesa.

Moderador: Pedro.max

Como reconhecer Oraçoes Subordinadas Substantivas

Mensagempor SheilaBorges » Quinta Ago 01, 2013 1:41 am

Olá,

A verdade é que eu tenho estudado bastante Língua Portuguesa e já sei bastante sobre oraçoes coordenadas e oraçoes subordinadas, sejam elas adverbiais, sejam elas adjetivas, sejam elas substantivas (no caso das subordinadas). Contudo, como bem dizem: quanto mais se estuda, menos se sabe. Eu me deparo agora com dúvidas de Portugues no modo HARD!

Bem, eis as minhas dúvidas:

[...] Há tres casos em que se usa a vírgula antes da conjunçao:
[...] Separar as oraçoes substantivas antepostas à principal:

Quanto custa viver, realmente nao sei.


Dúvida: Observe que nao há conjunçao integrante que se possa substituir por (que ... = isso) ou (se ... = isso) e tampouco há alguma das formas nominais (infinitivo, gerundio e particípio) para que eu possa enxergar uma oraçao reduzida.

Espera aí, encontrei a resposta! hahaha :x

As oraçoes subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras além das conjunçoes integrantes:

#Pronomes Interrogativos: (quem, que, qual...)
#Advérbios Interrogativos: (onde, como, quando...) --> imagino que aqui entra o (Quanto) também! ***Quanto custa viver, realmente nao sei. :P

Mas é muito difícil de lembrar dessas pequenas regras na hora de fazer as questoes e sao muitas...

Bom, realmente! É uma or. subord. subst. de um caso bem específico, mas de que tipo...

Fazendo as devidas substituiçoes e colocando-se o período na ordem direta: (Eu) Realmente nao sei isso. Confirma-se que *Quanto custa viver* é a subordinada, e imagino que seja uma subordinada reduzida de infinitivo, por conta do *viver* que parece ter a funçao sintática de verbo na forma nominal (infinitivo).

***custa viver pode ser uma locuçao verbal, pois parece uma.

Enfim, eu já respondi a minha própria pergunta, mas agora vou salvar isso aqui porque alguém pode precisar.

;)

Fontes:
NOVA - Apostila para Concursos Públicos.
Site Só Portugues.
SheilaBorges
 
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Re: Como reconhecer as Orações Subordinadas Substantivas

Mensagempor Jadson-BR » Sábado Ago 03, 2013 4:11 pm

Olá, Sheila,

As orações subordinadas substantivas, como já deve saber, são aquelas que fazem o papel de um substantivo ou pronome substantivo e podem exercer a função sintática de sujeito, objeto direto, etc. Essas orações podem ser iniciadas pelos conectivos puros (ou, como você disse, conjunções integrantes), que são os pronomes "se" (usado em frases negativas) e "que". Esse "que" não é o pronome relativo. Esses conectivos puros não têm conteúdo significativo. Já os pronomes interrogativos "que" (Que você fez?), "onde", "por que", "quem", etc. não são conectivos puros, pois encerram algum significado. Eis alguns exemplos:

1. Eu não sei se devo ir. (Não sei o quê? Se devo ir. "Devo ir" é uma substantiva objetiva direta)
2. Eu sei que você deve ir. (Eu sei o quê? Que você deve ir. "Deve ir" é substantiva objetiva direta)
3. Preciso saber quanto custou o presente. ("Preciso saber o quê? Quanto custou o presente. "Quanto custou o presente" é substantiva objetiva direta)
4. É necessário que saias. (O que é necessário? Que saias. > A tua saída é necessária. "Que saias" é substantiva subjetiva (sujeito do ser))
5. O meu desejo é que sejam felizes. ("sejam felizes" é substantiva predicativa do sujeito "O meu desejo")

Em relação à sua frase, creio que haja dois períodos num só: Eu realmente não sei quanto custa viver. Quanto custa viver?

Eu faria a seguinte análise sintática:

[(Eu) Realmente não sei] [quanto custa] [viver].

Período composto por subordinação:

>> Oração 1:

Oração principal: Realmente não sei
Verbo (transitivo direto): sei
Sujeito (oculto): eu
Predicado (verbal): realmente não sei
Objeto (direto): a oração subordinada "quanto custa viver".
Adjunto adverbial: realmente, não.

>> Oração 2:

Oração subordinada substantiva objetiva direta: quanto custa viver.

Verbo (intransitivo): custa (viver custa > a vida custa)
Sujeito (oracional): viver (sujeito oracional; é uma oração)
Adjunto adverbial (de quantidade): quanto (veja que tem conteúdo significativo. É um advérbio interrogativo)

>> Oração 3. Viver. Essa oração (viver) parece constituir outro período composto por subordinação:

[Quanto custa] [viver]?

>> Oração 1:

Oração principal: quanto custa
Verbo (intransitivo): custa
Sujeito (oracional): viver (subordinada subjetiva)
Predicado (verbal): custa

>> Oração 2:

Oração subordinada substantiva subjetiva: viver.

Verbo (intransitivo): viver
Sujeito: não há (veja que uma oração subjetiva pode ter sujeito nela mesma: É necessário (nós) sairmos. > (Nós) sairmos é necessário. > "(Nós) sairmos" é sujeito do ser e "Nós" é sujeito de sair)
Predicado (verbal): viver
Adjunto adverbial (de quantidade): quanto

Bem, essa é a minha análise, segundo tudo que sei sobre análise sintática. Para mim, ela está correta, mas conheço um professor de Gramática e verei, se ele me responder, o que ele acha sobre isso.

Observação: A frase "Quanto custa viver, realmente não sei" está inadequada quanto ao uso da vírgula, a menos que seja um provérbio. Os complementos verbais não são separados por vírgula nesses casos, mesmo que venham antes da principal. Não sei de onde você tirou a frase "Separar as orações substantivas antepostas à principal". Eu não me lembro de ter visto isso em alguma fonte de Gramática. As orações nas quais se pode usar a vírgula quando anteposta a principal são as adverbiais. Veja: "Quando eu mandar", aperte o botão. É isso aí.

Abraço.
Jadson
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Re: Como reconhecer Oraçoes Subordinadas Substantivas

Mensagempor SheilaBorges » Quarta Ago 07, 2013 10:25 pm

Olá, Jadson!

Eu tirei esse período "Quanto custa viver, realmente não sei." do material de Português da apostila de concurso do William Douglas, não sei quem foi o colaborador que elaborou o material de Português, já que esta informação não está presente na apostila (ou se foi o próprio William Douglas, talvez?), bem, o fato é que eu também não sabia disso: que no uso da vírgula devemos separar as (or. subord. substantivas antepostas à principal), para ser mais específica, este material tem como título "A vírgula entre as orações", mostrando que devemos separar as adjetivas explicaticas e que devemos separar as coordenadas sindéticas e assindéticas.

Além, neste mesmo material da apostila, surge o subtítulo a que me referi anteriormente [...] Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção, são eles: (aliás,

1.Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes;
2.Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto);
3.Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo.);

E creio ser os três casos, esses três primeiros: 1,2 e 3. Nos outros três casos que se seguem, a vírgula pode ou não anteceder a conjunção dependendo se a O.S. está anteposta À O.P ou não.

4.Separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal.
5.Separar as orações intercaladas;
6.Separar as orações SUBSTANTIVAS antepostas à principal. Ex: Quanto custa viver, realmente não sei.

Essa é a fonte fiel de onde tirei a minha dúvida! São casos bem específicos e de difícil reconhecimento. Eu, pelo menos, tenho muita dificuldade no reconhecimento dessas orações subordinadas adverbiais ou substantivas que, muitas vezes, estão fantasiadas em uma das formas nominais ou colocadas à frente da oração principal, ou quando omitem as conjunções integrantes ou o pronome relativo... Aí é para queimar o cérebro mesmo! Eu agradeço, Jadson, que tenha me ajudado a pensar melhor sobre a minha dúvida, no fim das contas descobri que o "custa viver" não era uma locução verbal, e sim uma dupla subordinação, é desses paranauê aí que eu quero me inteirar sabe (hehehe), eu quero gabaritar a prova para a qual estou me preparando e se tiver que discutir a fundo os detalhes dos detalhes, é isso mesmo que eu vou fazer. Que bom que existe um fórum como esse, free, onde se é possível dirimir todas essas dúvidas. Obrigada!
SheilaBorges
 
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