por Jadson-BR » Sexta Jun 15, 2012 9:00 pm
Olá, Rosina, vejamos cada questão:
a) Por que essa frase é considerada informal?
Para a Copa não vai ainda ter um sistema de metrô
Resposta: Nessa frase há o verbo "ter", usado no lugar de "haver". O verbo "ter", no sentido de "existir", não é usado na linguagem formal. Deve-se escrevê-la desta forma: Para a Copa não vai ainda "haver" um sistema de metrô.
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b) Questão 8
[...] em seis anos Belo Horizonte atingirá o nível ao qual São Paulo já chegou em matéria de lentidão no trânsito.
Desconsideradas as alterações de sentido, assinale a alternativa que NÃO pode substituir, por implicar erro de regência, a
expressão sublinhada acima: B) ... do qual já atinge São Paulo. (Por que a "b" está errada?).
Resposta: Deve-se verificar que há o pronome relativo "o qual". O papel desse pronome é retomar um termo anteriormente expresso. Nesse caso, tem-se o termo "nível": Veja: ... o nível ao qual São Paulo já chegou. Ou seja: ... São Paulo chegou ao nível.
Vejamos a expressão "do qual já atinge São Paulo".
O que se percebe é que o verbo atingir é transitivo direto: atingir algo, alguma coisa, alguém. Se ele é transitivo direto, logo a preposição "de" não pode aparecer; ou melhor, não se faz necessário o seu uso. Se verificarmos, veremos que o verbo atingir tem um sujeito e um complemento verbal (objeto direto). O que, ou quem atinge? R.: São Paulo. São Paulo é o sujeito. São Paulo atinge o quê? O nível. Pronto! Como já disse, o pronome relativo retorma um termo anteriormente expresso, que, nesse caso, é o termo "nível". Se substituirmos o pronome relativo pelo antecedente (nível), teremos o seguinte: do "nível" já atinge São Paulo. Essa não é uma boa construção.
A construção correta é a seguinte:
... o qual já atinge São Paulo.
Não se esqueça de que "o qual" equivale ao termo "nível". Veja:
... o nível já atinge São Paulo. = São Paulo atinge o nível.
Em suma, "atingir" é transitivo direto, por isso não se usa a prep. "de" nem se faz necessária.
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c) No entanto, o imposto que é pago "por você" dá o direito a alternativas de ir e vir ao usuário. Assinale a alternativa em que o termo destacado exerce uma função sintática DIFERENTE da expressão sublinhada acima:
No caso brasileiro, o dono do veículo é punido "pelo crime' que acabou de cometer.
Veja:
O imposto que é pago "por você".
O termo em destaque (você) se chama "agente da passiva". O agente da passiva é o nome que se dá ao sujeito de um verbo da voz ativa:
1. O imposto que é pago "por você". (voz passiva analítica [ser ou estar + verbo principal no particípio]: o sujeito (o imposto) é paciente; recebe a ação de pagar)
2. Você paga o imposto. (voz ativa: o sujeito (Você) é o que pratica a ação verbal).
Sendo assim, o sujeito da voz ativa (Você - frase 2) vira agente da passiva na voz passiva (por você - frase 1); o objeto direto (o imposto - frase 2) do verbo da voz ativa vira sujeito paciente (o imposto - frase 1) na voz passiva.
Na frase acima, "você" (por você) é, sintaticamente, "agente da passiva". O termo "crime" (pelo crime) não é agente da passiva, pois não é ele quem vai punir, e sim alguém vai puni-lo. O adjetivo "punido" exige um termo que o complemente (crime [pelo crime]), chamado sintaticamente "complemento nominal".
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d) Assinale a alternativa em que a forma verbal sublinhada NÃO se encontra no infinitivo.
Se você "pegar" as linhas de deslocamentos de pessoas em Belo Horizonte.
Os verbos regulares possuem, tanto para o infinitivo quanto para o futuro do subjuntivo, uma só forma de se escrever, o que causa confusão. Veja:
1. Se (ou quando) você pegar as linhas...
2. Você vai pegar as linhas...
3. É para você pegar as linhas...
4. Fazer silêncio.
E agora? Há algum verbo no infinitivo nessas frases?
Sim. Nas frases 2 e 3. Quando se trata de verbos regulares, que são aqueles que não sofrem alteração no radical nem na desinência, o que vai definir se tal verbo é ou não infinitivo é tipo de construção da frase.
A frase "Se (ou quando) você pegar as linhas, vai perceber...", indica condição (se...) ou tempo (quando...). Nesse caso, não há infinitivo. O verbo está no futuro do subjuntivo. Repito: "pegar", aqui, não é está no infinitivo, e sim no futuro do subjuntivo.
Em suma, o infinitivo, entre outros usos, é usado em locucões verbais (vai pegar - frase 2), antes de preposições (para você pegar - frase 3) e no lugar de um verbo no imperativo (Fazer - frase 4 = Faça).
Para se descobrir se a forma verbal está ou não no infinitivo, basta trocar o verbo "pegar", que é regular, e trocá-lo por um que é irregular, por exemplo, "saber":
1. Se (ou quando) você "souber" as linhas... (souber = fut. do subjuntivo)
2. Você vai "saber" as linhas... (saber = infinitivo)
3. É para você "saber" as linhas... (saber = infinitivo)
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Espero que entenda.
Abraço
Jadson